terça-feira, 21 de janeiro de 2014

ATIVIDADE I

CHEGA DE FRACASSO

             Até parece que faz parte das tradições nacionais: tudo aqui tem que dar errado. A começar pelo próprio país que, para muitos, nunca vai dar certo mesmo. Fracassamos até mesmo no Futebol, veja que coisa mais louca. A partir daí, todo fracasso é previsível. E então fica combinado assim: tudo – projetos, planos, principalmente os econômicos, partidos políticos, movimentos sindicais, idéias, sonhos e reflexões -, tudo passa a estar condenado a fracassar, redondissimamente. Como se fosse uma fatalidade. Terá isso haver com aquela história de que fomos descobertos por acaso? Ou a culpa – como sempre – é do governo, dos governos? Há quem jogue tudo para cima da sociedade como um todo, essa alienadona de si mesma. E aí sociedade vira algo um tanto abstrato, ninguém se vê como se fizesse parte dela, e a discussão também fracassa. O último a sair apague a luz.

            Mas, e o nosso Sonho Sem Fim, tão bela e metaforicamente interpretado no filme de Laurinho Escorel? Bom, o filme andou beirando o fracasso. Tanto que o Laurinho fez as malas e se mandou para Los Angeles, para ficar mais perto de Hollywood. Certo, sucesso são os outros. Lá pelos lados do Hemisfério Norte. Remember Tom  Jobim, o que já disse que a saída é o Galeão. Os que partem, porém, acabam voltando, cantando o Samba do Avião. O brasileiro não é mesmo um bicho de goiaba podre? Essa terra não é a sua goiaba? Pois peguemos a sua parte boa e façamos uma goiabada palatável. Deixemos a banda podre para os podres poderes. Que se locupletem na podridão.

            Sei: é difícil. Tá difícil. O amigo  ali da esquina sabe disso. 16 milhões de desempregados sabem disso. A classe média, do fundo do seu purgatório, também sabe. Criadores, produtores, professores, pivetes, cientistas, os bem e os mal-feitores, pés-de-chinelo e doutores: todos sabem disso. Tá difícil. Quer dizer que não somos mais o país do futuro.

(...)

Ah, o potencial criativo desta nação! Isto ainda há de nos salvar, se os governos – e as tais das elites – não nos atrapalharem muito. Basta nos permitirem continuar vivendo e tendo o direito de trabalhar, de produzir – e que não nos sabotem mais do que já sabotaram. Essa cultura do fracasso é uma urdida que vem de cima, de forma insidiosa, com propósitos escusos, bem planejados. Desconfiemos disso. Ou melhor: é preciso, permanentemente, reagirmos contra isso. Ao sucesso!

(Antônio Torres, Jornal do Brasil)

 1- A partir do debate levantado no texto acerca da questão do fracasso em oposição a sucesso, pode-se afirmar que:
a)Sempre houve, por parte da sociedade, a intenção de manter-se alienada, evitando refletir sobre as razões do fracasso corrente.

b)Apesar das inegáveis dificuldades, podemos lutar, aproveitando nosso potencial para melhorar a situação vigente.

c)É necessário averiguar de quem é a culpa do frac-asso para poder-se resolver o problema.

d)O empenho dos que enriquecem ilicitamente haverá de prejudicar o país, deixando-o sem saída.

  
2- Ao longo do texto, publicado em um caderno especializado de um jornal de grande circulação, nota-se que o autor conhece o seu possível leitor. Assinale a opção em que o elemento apontado revela que o autor leva em consideração uma certa bagagem cultural de seu leitor.
a) emprego de gírias

b) uso de slogan publicitário (“Ao sucesso”)

c) alusão à letra de Caetano Veloso (“podres poderes”)

d) menção ao futebol


3- “Criadores, produtores, professores, pivetes, cientistas, os bem e os mal-feitores, pés-de-chinelo e doutores...” Os dicionários registram as formas benfeitor e malfeitor. Por que no texto essas formas apresentam grafias diferentes?
a) O texto quer enfatizar os prefixos formadores dessas palavras, com o intuito de discriminar bem os dois grupos.

b) Esse é o caso em que os estudantes têm dúvida, por exemplo, bem-educado, bem-vindo, e mal-agradecido são escritos com hífen, mas nada há no texto que justifique uma inovação ortográfica.

c) Esse é um caso de descuido ortográfico (e isso ocorre com freqüência em jornais e revistas).

d) A frase apresenta uma listagem aleatória e incompleta, expressando, através da grafia também aleatória, uma crítica à população.


4- “e se mandou para Los Angeles, para ficar mais perto de Hollywood”. O verbo sublinhado está no infinitivo. Qual das formas verbais abaixo NÃO aparece nessa forma?
a)     “tudo aqui tem que dar errado.”

b)    “Isto ainda há de nos salvar.”

c)     “se os governos – e as tais elites – não nos atrapalharem muito,”

d)    “é preciso, permanentemente, reagirmos contra isso.”

  
5- “Não vira para trás, Bianca.” Temos nesta frase um predicado verbal. Assinale a oração abaixo que apresenta o mesmo tipo de predicação. Para tanto, observe a transitividade verbal.

a)     O rapaz virou fera.

b)    Teria ele realmente virado um revolucionário?

c)     O vento forte virou o barco depressa demais.

d)    Ele virou inimigo da própria mulher.


6- Em todas as frases abaixo, os verbos se encontram na mesma voz verbal, EXCETO em:
a)     Não se conhecem os pormenores do crime.

b)    Tudo se resolve com esforço e perseverança.

c)     O carro se precipitou morro abaixo.

d)    Vendeu-se o prédio a preço de banana.


 7- “O último a sair apague a luz.” Passando o verbo em negrito para a segunda pessoa, fica:

a)     apagai

b)    apaga

c)     apagas

d)    apagues


 8- Observe as locuções verbais e os tempos verbais, em todas as alternativas as frases contêm fatos hipotéticos, EXCETO em:
a) Uma perturbação qualquer, a menor imprudência, pode causar danos irreversíveis.

b) (...) Não se deveria propor a exploração dos recursos naturais da região antes de obtidas respostas satisfatórias às questões expostas.

c)  Não pode o homem, ele mesmo uma espécie, atribuir-se o direito de destruir as outras.

d) Desastres criminosos, como os de Balbina, da Transamazônica, (...) de Jari, poderiam ter sido evitados.

  
9- “O Brasil assiste a uma queda rápida na natalidade embora não esteja preparado para o futuro demográfico.”
O período acima foi reescrito. Não se conservou o mesmo sentido na nova redação da frase em:

a)     O Brasil assiste a uma queda rápida na natalidade conquanto não esteja preparado para o futuro demográfico.

b)    O Brasil assiste a uma queda rápida na natalidade já que não está preparado para o futuro demográfico.

c)     Apesar de não estar preparado para o futuro demográfico, o Brasil assiste a uma queda rápida na natalidade.

d)    Mesmo não estando preparado para o futuro demográfico, o Brasil assiste a uma queda rápida na natalidade.


10- Em todas as frases houve UNIFORMIDADE DE TRATAMENTO, EXCETO em:
a)     “Se quiseres conversar, vem, mas com argumentos justos.”

b)    “Invada o local e exponha suas idéias.”

c)     “Vai em frente e, se precisares, peça ajuda.”

d)    “Não dês ouvido a quem não te auxilia de fato.”

e)    "Se vires que podes, dize-lhe sempre a verdade.”


11- (Fuvest) Assinale a alternativa em que uma forma verbal foi empregada incorretamente:
a)     O superior interveio na discussão, evitando a briga.

b)    Se a testemunha depor favoravelmente, o réu seria absolvido.

c)     Quando eu reouver o dinheiro, pagarei a dívida.

d)    Quando você vir Campinas, ficará extasiado.

e)     Ele trará o filho, se vier a São Paulo.


12- (UFMG) Em todas as alternativas, a forma verbal sublinhada está no pretérito do indicativo, EXCETO em:
a)  Tu estás louco, seu Laio!?... Onde já se viu esse despropósito?!...

b)  Se a barrigueira estava frouxa e o arreio meio caindo, Beija-flor estacava e ficava quieta.

c) Deram no vau de um córrego. Um velho, de saco nas costas, vinha de lá, passando a pinguela.

d)  E, pois, se todos continuavam trabalhando, bichinho nenhum tivera o seu susto

e)  Pediu que o levassem para a cama; mas já era outro homem, porque chorar sério faz bem.


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